Raif Badawi - Blogar não é crime.

Percebi pelos comentários feitos na postagem a que me refiro a Raif Badawi em meu outro blogue que são poucos os que sabem sobre ele e por isso venho falar um pouco mais aqui, sobre essa figura que já entrou para a história mundial como um ferrenho defensor da liberdade de expressão.

O que acontece com ele não para no que expus no Luz de Luma.

A Alemanha tem se empenhado muito para ajudá-lo e foi o país que se prontificou a publicar seu livro e dar-lhe abrigo, caso ele consiga a liberdade. A esposa de Raif e seus três filhos estão foragidos no Canadá e o seu advogado foi preso há um ano. Autoridades internacionais têm se posicionado

Tanto Raif quanto sua irmã Samar, foram educados à nível da sétima série brasileira, mas sempre foram ativistas. Samar fez campanha pelo voto feminino e o direito das mulheres concorrerem nas eleições e em cargos públicos. Sua campanha foi admirável e ela recebeu em 2012 a premiação "Woman International of Courage Award" pelo Departamento de Estado dos EUA.

Raif Badawi não se conteve ao apresentar seus pontos de vista sobre a forma injusta que seu país é governado. Além de escrever sobre o Dia dos Namorados, uma celebração que é proibida na Arábia Saudita, também escreveu e publicou artigos sobre a "Comissão para a Promoção da Virtude", criticou personalidades políticas e disse que a Iman Muhammad ibn Saud Islamic University em Riyadh tornou-se "um antro de terroristas".

Em 2008 ele foi preso para averiguações. Dois meses depois ele foi solto e expulso do país. No mesmo ano, o Ministério Público Saudita retirou as acusações contra ele e ele voltou ao país. Foi uma arapuca... Ele foi proibido de deixar o país e suas contas bancárias congeladas. Ele foi preso novamente e apareceu diante de um tribunal em dezembro de 2012 sob a acusação de ridicularizar figuras religiosas islâmicas em seu site.

Ele também foi encaminhado para um tribunal superior sob acusação de apostasia, um crime punível com pena de morte na Arábia Saudita. Uma "prova" para a apostasia de Badawi parece ter sido a de que ele "curtiu" uma página no Facebook destinada à cristãos árabes. De acordo com a Human Rights Watch, um clérigo saudita também o acusou de dizer "que os muçulmanos, judeus, cristãos e ateus são todos iguais", e isso foi visto como um sinal de apostasia.

As acusações de apostasia foram deixadas de lado por ele ser muçulmano, mas os médicos especialistas dizem que as mil chibatadas Badawi não irá suportar; elas são uma sentença de morte arrastada ao longo das 20 semanas em que elas serão divididas. O caso também afetou a família de Raif Badawi. Sua esposa fugiu da Arábia Saudita em 2013, depois de sofrer ameaças de morte. Ela disse que temia por sua segurança e pela segurança de seus 3 filhos. Eles obtiveram asilo político em Quebec, no Canadá.

O advogado de Badawi foi preso após a criação de uma organização Arábia de direitos humanos. As acusações contra ele incluíam "fidelidade que rompe com o governante" e, em 2014, ele foi condenado a 15 anos de prisão e subsequente pena de 15 anos proibido de viajar.

Com a saúde de Raif Badawi deteriorando, manifestantes de todo o mundo estão exigindo que o blogueiro seja libertado e exonerado das outras penas. Campanhas em mídias sociais e petições em organizações como a Anistia Internacional, Human Rights Watch e Repórteres sem Fronteiras estão ajudando-o a manter a esperança e ter ânimo para se recuperar das 50 chibatadas que levou na primeira semana do cumprimento dessa pena.

Mas a decisão final sobre o seu destino encontra-se com o regime saudita, cujo falhas Raif Badawi nunca hesitou em apontar.

A comunidade mundial está em campanha pela libertação de Raif Badawi e todos os dias acontecem protestos em variadas partes do planeta. Acompanhe no twitter com a hashtag #freeraif. São tantas as manifestações que não cabem em qualquer página.

No dia 03 de Maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Raif Badawi será premiado em Bruxelas e sua esposa receberá o prêmio em seu lugar.